Os Desafios e as Lições de Jessica Watson na sua Jornada Solo pelo Mar

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Jessica Watson é uma velejadora australiana que, aos 16 anos, se tornou a pessoa mais jovem a dar a volta ao mundo em um barco à vela, sem paradas nem assistência. Ela partiu de Sydney em outubro de 2009 e retornou em maio de 2010, após percorrer mais de 23 mil milhas náuticas em 210 dias.

Nessa aventura, ela enfrentou tempestades, ondas gigantes, solidão, fadiga e críticas, mas também viveu momentos de beleza, alegria e superação. Neste post, vamos conhecer alguns dos desafios e das lições que Jessica Watson aprendeu na sua jornada solo pelo mar.

O que motivou Jessica Watson a fazer essa viagem?

Jessica Watson sempre teve uma paixão pelo mar e pela vela. Ela começou a navegar aos oito anos e aos 11 já tinha o sonho de dar a volta ao mundo sozinha. Ela se inspirou na história de Jesse Martin, outro velejador australiano que completou essa façanha aos 18 anos, em 1999.

Jessica queria provar a si mesma e aos outros que era capaz de realizar o seu sonho, mesmo sendo tão jovem e inexperiente. Ela também queria inspirar outras pessoas a seguirem os seus sonhos, por mais loucos que parecessem.

Jessica Watson em um barco à vela, usando roupa de proteção amarela e falando pelo rádio, navegando pelo oceano em um dia ensolarado.
Jessica Watson a bordo de seu barco durante sua jornada solo ao redor do mundo. Divulgação: Netflix.

Quais foram os principais desafios que Jessica Watson enfrentou?

Jessica Watson teve que superar vários obstáculos para realizar a sua viagem. Alguns deles foram:

  • A preparação: Jessica teve que planejar cuidadosamente todos os detalhes da sua viagem, desde a escolha do barco, do equipamento, do roteiro, até a obtenção dos patrocínios, das autorizações e do apoio da família e dos amigos. Ela também teve que treinar intensamente, tanto fisicamente quanto mentalmente, para estar pronta para as adversidades que encontraria no mar.
  • A oposição: Jessica enfrentou muitas críticas e desconfiança por parte da mídia, das autoridades e de parte do público, que achavam que ela era muito jovem, irresponsável e imprudente para fazer essa viagem. Ela chegou a ser chamada de “Jessica Watson, a irresponsável” por um jornalista. Ela também teve que lidar com ações judiciais que tentavam impedir a sua partida, alegando que ela estava colocando a sua vida em risco e que os seus pais eram negligentes.
  • O acidente: Logo no início da sua viagem, Jessica sofreu um acidente que quase a fez desistir. Ela colidiu com um navio cargueiro no meio da noite, danificando o seu barco e o seu equipamento de comunicação. Ela teve que voltar para Sydney para consertar os estragos e recomeçar a sua viagem. Muitos acharam que ela deveria abandonar o seu projeto, mas ela persistiu e seguiu em frente.
  • As condições climáticas: Jessica enfrentou algumas das piores condições climáticas possíveis durante a sua viagem. Ela passou por sete zonas de tempestade, incluindo uma que durou cinco dias e que gerou ondas de até 12 metros de altura. Ela também teve que navegar em áreas de ventos fracos e correntes contrárias, que atrasaram o seu progresso. Ela teve que lidar com o calor, o frio, a umidade, o sal e o sol, que afetaram a sua saúde e o seu humor.
  • A solidão: Jessica passou 210 dias sozinha no mar, sem ver ninguém, sem pisar em terra, sem receber visitas. Ela só podia se comunicar com o seu time de apoio e com a sua família por telefone, rádio e internet, quando o seu equipamento funcionava. Ela teve que enfrentar os seus medos, as suas dúvidas, as suas angústias, as suas saudades, as suas frustrações e as suas alegrias, sem ter ninguém para compartilhar. Ela teve que ser a sua própria companhia, a sua própria amiga, a sua própria conselheira.

Quais foram as principais lições que Jessica Watson aprendeu?

Jessica Watson aprendeu muitas coisas na sua viagem, tanto sobre o mar, quanto sobre si mesma. Algumas delas foram:

  • A confiança: Jessica aprendeu a confiar no seu barco, no seu equipamento, no seu time de apoio, na sua família, nos seus patrocinadores, nos seus fãs, mas principalmente, em si mesma. Ela aprendeu a confiar na sua capacidade, na sua determinação, na sua coragem, na sua inteligência, na sua intuição, na sua resiliência. Ela aprendeu a confiar que tudo ia dar certo, que ela ia conseguir, que ela ia voltar.
  • A humildade: Jessica aprendeu a respeitar o mar, a natureza, o clima, os animais, as pessoas, as culturas, as leis, as regras, as opiniões, as críticas, os elogios. Ela aprendeu a reconhecer os seus erros, as suas limitações, as suas fraquezas, as suas necessidades, as suas emoções, as suas dívidas. Ela aprendeu a agradecer, a pedir ajuda, a pedir desculpas, a perdoar, a elogiar, a compartilhar.
  • A felicidade: Jessica aprendeu a valorizar as coisas simples, as coisas pequenas, as coisas essenciais, as coisas que realmente importam. Ela aprendeu a apreciar o silêncio, o céu, o mar, o vento, o sol, a lua, as estrelas, os pássaros, os peixes, as baleias, os golfinhos. Ela aprendeu a celebrar as conquistas, os avanços, os recordes, os desafios, os momentos, as memórias, os sonhos. Ela aprendeu a ser feliz, a ser ela mesma, a ser livre.

Jessica Watson é um exemplo de inspiração, de determinação, de coragem, de superação, de aventura, de sonho. Ela mostrou ao mundo que não há idade, nem gênero, nem obstáculo que impeça alguém de realizar o seu sonho, se tiver vontade, preparação e apoio. Ela mostrou que o mar é um lugar de desafios, mas também de lições, de beleza, de vida.